Passam-se as estações junto da chuva e do clima
E quando a chuva volta, o clima continua passado
Passam-se as estações conforme passa também o dia
E no primeiro dia útil do mês passa-se o que foi acabado
Há de se mudar o que se muda mas nada muda tanto assim
E tudo muda tanto quanto nada nunca mudará
Passam-se as estações, o sol e a nuvem que choverá
Passam-se as estações junto dos anos e aniversários
De todos os presentes seja na sala ou na televisão
Passam-se as estações, os cadernos e anuários
E no intervalo ou na rua, também passa-se a visão
A mudança no labor é o homem mudando o seu tempo
A mudança no tempo também é uma mudança no dinheiro
Passam-se as estações conforme passa o tempo inteiro
Passam-se as estações assim como tudo o mais passa
Como a uva na fruteira de plástico amargo passará
Passam-se as estações como passa o filme sem graça
Como o carro que, pela publicidade, é certo que sairá
Passam-se as estações como o plástico não passa
E o carro do ano fica então para o ano passado
Passam-se as estações enquanto o outdoor não passa
E o relógio no pulso do homem fica atrasado
Passam-se as estações conforme nada muda
Passam-se as estações conforme tudo passa