Simulações

Aparentemente, é mais provável que vivamos numa simulação computadorizada do que num Universo real. Se é que isso são conceitos passíveis de aceitação. Como diferenciar uma simulação de um Universo real? Assume-se que há uma realidade, visto que coisas existem, ou, no mínimo, eu existo, então eu sou real. Não há, conhecida em nosso Universo, qualquer simulação computadorizada que simule o Universo tal qual ele é, incluindo civilizações inteligentes. Sendo assim, a chance de estarmos numa simulação provavelmente é maior que a de não estarmos.

Porém, o fato é que, sendo o nosso Universo uma mera realidade simulada ou não, aparentemente não há o que diferencia uma realidade de uma simulação. Para nós, bits em uma máquina, não há diferença entre estarmos vivos e estarmos sendo simulados, tendo em vista que nosso mundo é, de um jeito ou de outro. É, simulado ou não.

Nosso mundo, sendo, não há sentido em preocupar-se com questões como essa (se é que sentido, em algo). É fato que me preocupo mesmo assim. Simulação ou não, eu ainda terei prova de análise linguística e gramática na segunda-feira próxima, e acredito que, como não há diferença entre vivermos em uma simulação ou não, ei de me preocupar mais com os fatos mais simples: decididamente, o papel de parede que eu usarei no meu computador faz mais diferença à minha vida (se é que é uma “vida”, porém a todos os efeitos práticos, como não faz diferença mesmo, é uma vida, simulada ou não) que o fato de vivermos ou não em uma simulação.